Adivinhas, pela educadora Teresa


A Importância das Adivinhas na Educação de Infância
Texto construído por Teresa Mateus, a partir do artigo publicado em
(…) A adivinha é uma forma literária que tem a estrutura desafiadora desses antigos enigmas. Deve ser encarada como uma brincadeira que é, tal como os contos tradicionais infantis, especialmente orientados para o desenvolvimento das capacidades mentais das crianças.
De facto, a adivinha é uma forma de ginástica mental. Como os outros jogos educativos, tem necessariamente, o sentido de competição e de vitória. Mas, neste caso, a vitória e o prazer conquistam-se pelo descobrimento do sentido das palavras, quando se compreende a lógica da adivinha.
O esforço de observar como o texto foi escrito leva ao trabalho mental que desenvolve a atenção, ajuda a fazer analogias e a desfazer equívocos. Além disso, a adivinha ajuda a criança a esquecer momentaneamente a sua relação com o mundo que a rodeia, para se imaginar no centro da realidade sugerida pelo texto da adivinha.
Por outras palavras, desenvolve a capacidade de abstração. Sem esta capacidade, nunca há-de ser, quando adulto, um leitor assíduo. Ou então, limitará as suas leituras às histórias em quadrinhos e títulos dos jornais.
A abstração permite treinar a concentração e aumenta o discernimento, e isto vai permitir-lhe, mais tarde, distinguir o real do fictício.
Em resumo, o uso das adivinhas, como forma de convívio social entre adultos e crianças, desenvolve nestas a disciplina, o raciocínio e aumenta a agilidade mental; desenvolvendo a observação imaginativa, leva ao descobrimento de alternativas e toma o espírito mais sadio e apto para entrar na "antecâmara do conhecimento", como diz Max Heindel.
(…) Por isso, através da leitura de textos infantis ou do uso de adivinhas bem construídas, como são as que se usam tradicionalmente no país, ajudamos a criança a entrar no mundo mais complicado, que é o da escrita e o da leitura.
É pelo jogo que a criança se treina para atividades futuras, como falar, correr e administrar. As tradições e jogos populares podem ser aproveitados para a educação.
 Se queremos uma educação de qualidade, é preciso lembrar que não se aprende bem sem desenvolver a memória e as capacidades do espírito.
Se tirarmos o prazer de brincar enquanto se aprende dificultaremos o desenvolvimento da capacidade para ler, no futuro, os textos escolares.
É por isso que é importante que as crianças brinquem, contem e leiam histórias, devidamente explicadas.
Afinal, a leitura é um prazer que também se ensina.


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